sábado, 5 de fevereiro de 2011

Da minha monografia Liderança com Autoridade

Ouvir é uma das práticas mais difíceis na liderança, pois importa em dedicar tempo ao outro. Deixar de ouvir é não estar disponível, o que gera consequências desagradáveis. Pois,

Quando um líder com frequência dá ordens às pessoas ao redor, exigindo perfeição ou estando emocionalmente distante ou não-disponível, as pessoas tendem a se sentir assustadas e muito relutantes para se comprometer. Algumas vezes, tornam-se bastante desafiadoras e começam a reter informações intencionalmente (BOYATZIS, 2006, p. 48).

Mas ao ouvir com atenção o líder interage com os outros e tem a oportunidade de perceber o que está acontecendo ao seu redor. Do contrário, o líder terá o foco estreito, conforme a observação de Boyatzis e Mckee (2006, p. 122):

Devotar uma parte maior de um aspecto de nossa vida ou trabalho pode deixar menos espaço disponível para outros. Em nossa tentativa de sermos eficientes, ficamos cegos para qualquer coisa que não esteja relacionada com nosso foco. Com freqüência, deixamos escapar por completo uma solução criativa; a maneira nova de fazer algo; e até mesmo a maneira mais óbvia, porém nova, de agir de acordo com a situação. Quando a concentração se der sem que se envolva a consideração, haverá pouco espaço para as sutilezas. Com o passar do tempo, manter o foco estreito e ser polivalente são atitudes que levam à exaustão: nossos processos mentais são truncados e nossas reações emocionais se tornam imprevisíveis.

É da lição de Hunter (2004, p. 40)
que quando interrompo as pessoas no meio de uma frase eu envio três mensagens negativas: primeira, não estou prestando muita atenção no que o outro está dizendo, pois estou ocupado com a resposta; segunda, não estou valorizando a opinião do interlocutor e terceira, acredito que o que tenho a dizer é mais importante. Estas mensagens são desrespeitosas e os líderes não devem enviá-las.

Por isso, o referido autor (Hunter, 2004, p. 81)
ensina que prestar atenção às pessoas é o que realmente importa. A melhor maneira de fazer isso é ouvindo-as ativamente. Ouvir não é um processo passivo que consiste em ficar em silêncio enquanto outra pessoa fala. Na maior parte das vezes o ouvir é seletivo, com julgamentos sobre o que está sendo dito, buscando-se maneiras de terminar a conversa ou direcioná-la de modo mais prazeroso para nós. O mesmo autor (2004, p. 82)
menciona, mais adiante:

O ouvir ativo requer esforço consciente e disciplinado para silenciar toda a conversação interna enquanto ouvimos outro ser humano. Isso exige sacrifício, uma doação de nós mesmos para bloquear o mais possível o ruído interno e de fato entrar no mundo de outra pessoa – mesmo que por poucos minutos. O ouvinte ativo tentar ver as coisas como quem fala as vê e sentir as coisas como quem fala as sente. Essa identificação com quem fala se chama empatia e requer muito esforço.

E completa Hunter, (2004, p. 83): quando se ouve atentamente envia-se
mensagens conscientes e inconscientes a outra pessoa: a) que você realmente se importa; b) que a pessoa é importante; c) que você a valoriza. Algumas vezes as pessoas querem mais atenção ao que dizem do que o atendimento de suas reivindicações.

Sobre o mesmo assunto [saber ouvir], Goleman (2006, p. 102)
menciona:

O estilo de falar de uma pessoa oferece pistas sobre sua capacidade subjacente de saber ouvir com atenção. Durante alguns momentos de genuína conexão, o que dizemos é responsivo ao que o outro sente, diz e faz. Quando a conexão é ruim, porém, nossas comunicações tornam-se projetos verbais: nossa mensagem não muda de acordo com o estado da outra pessoa, simplesmente reflete a nossa. Saber ouvir faz toda a diferença. Falar
com uma pessoa em vez de ouvi-la reduz a conversa a um monólogo.

Quando assumo o rumo da conversa falando com você, estou satisfazendo às minhas necessidades, sem levar em conta as suas. Ouvir, do contrário, exige que eu me sintonize com seus sentimentos, deixe você expressar sua opinião e permita que a conversa siga um curso mutuamente acordado. Quando os dois escutam, há um diálogo recíproco no qual cada um ajusta o que diz de acordo com o que o outro responde e sente.

2 comentários:

  1. Parabéns!
    Tua monografia mostra teu esforço no afã de liderar!

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  2. So good text, congratulations my brother.

    God bless you.

    AMAS.

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