terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O Deus Bailarino


"O que acreditamos a respeito de uma coisa determina a maneira como nos relacionamos com ela. Eu, por exemplo, gosto de brincar com cachorros, mas se percebo que um cachorro é bravo, fico longe dele; mas se é brincalhão, chego perto. Assim é também com o mundo. Antigamente, acreditava-se que o mundo era uma estrutura hierarquizada, sempre do mais complexo ou poderoso para o mais simples ou fraco, sendo que Deus ocupava o topo da pirâmide. O imaginário das pessoas era construído a partir das relações entre reis e súditos, senhores e escravos, generais e soldados, e assim por diante. Cada um tinha seu papel e quase todo mundo se respeitava. Naquela época, a Igreja tinha autoridade, e quem não concordava com o que ela dizia morria na fogueira - mesmo que essa Igreja dissesse que índios e escravos não tinham alma e que o sol girava ao redor da Terra.

Quem acredita numa realidade estruturada a partir de autoridade e poder acha que a fé em Deus resolve tudo; afinal de contas, "agindo Deus, quem impedirá?". Basta orar com fé e esperar a cura, a prosperidade, a volta do marido, a libertação do filho, enfim, a solução de qualquer problema. Deus manda, o resto obedece. Tudo quanto se tem a fazer é aprender os truques para fazer Deus mandar exatamente o que a gente quer que ele mande. Surgem então as correntes de fé e as ofertas compensadoras da falta de fé, e, principalmente, os gurus que sabem manipular Deus em favor de quem paga bem. Feitiçaria pura.

 
[...]

Quem acredita no mundo como um ser vivo onde cada ser e cada relação é singular, não consegue se submeter a esquemas, não tem a pretensão de gerenciar pessoas, não confia em métodos e nem se impressiona com números, estatísticas e probabilidades. Prefere outros caminhos. Escolhe o caminho da intimidade com o outro; encanta-se com o mistério do sagrado; maravilha-se com a diversidade; presta atenção no jovem em conflito; ouve os dramas do homem que não pára em emprego; fica em silêncio diante da dor e se ajoelha para orar antes de dar um passo sequer em qualquer direção. Esses não se dão muito bem com o Deus-general, ou o Deus-relojoeiro. Curtem mais o Deus-bailarino."

Kivitz, Ed René.Outra espiritualidade: fé graça e resistência / Ed René Kivitz - São Paulo: Mundo Cristão, 2006.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Dos Mestres que me cercam


DEUS

Pensei em escrever algo grande sobre Deus
De repente deparei-me com u'a questão:
_Um ser tão pequeno e finito como eu
Escrever sobre o Autor da Criação?
  
O que dizer sobre o Rei do Universo?
Meditei e analisei... logo cheguei à conclusão
Dissertar sobre um tema tão complexo
Só mesmo com humildade e vera adoração.
  
Sua grandeza a do mundo ultrapassa,
Seu amor, ninguém jamais pôde medir.
Não me contenho quando penso em Sua graça
Humanizando-se só pra me remir.
  
O que dizer de Sua onisciência
Quando sonda nossos pobres corações?
Só nos resta clamar-lhe complacência
E que perdoe nossas tristes pretensões.
  
Quando penso em Sua onipotência
Um temor reverente então me invade
Então, O adoro em plena consciência
Venerando a Sua santidade.
  
Ele é Eterno, é também Onipresente
É Glorioso, é Justo e é Fiel.
Para todos é o Amigo Confidente
Sua Verdade é escudo e é broquel.
  
Nele, jamais houve uma mudança,
Ele é Imutável em todo o Seu ser.
Ele é Deus Forte, merecedor de confiança
E contra Ele, não adianta combater.
  
Ele é Bondoso e tem misericórdia
É Longânimo e é o Doador da Vida
Desfaz aqui do mundo a discórdia
E pune toda injustiça cometida.
  
Prostrado venho a Ele me render
Tributar-Lhe glória, honra e adoração
Num gesto mui singelo agradecer
Pois em seu Filho eu tenho a salvação.

 
Natanael Santos
Silver Spring, MD – USA
30 de janeiro de 2009

"Encontrando Deus no Cinema"


Livro que Recomendo. Minha "Chefe de gabinete" escreveu esta preciosidade, com prefácio de Russel Shedd e indicação de Osvaldo Paião.

 
Mais informações em http://www.julianaschead.com.br
JULIANA SCHEAD DOS SANTOS NADER, formada em Direito desde 1999 pela Universidade do Planalto Catarinense - UNIPLAC, em Lages - SC, com Pós Graduação em Processo Civil pela mesma instituição, é funcionária pública estadual do Poder Judiciário de Santa Catarina desde 1996, exercendo suas funções junto ao Fórum da Comarca de Concórdia/SC. É casada com Norton, e mãe de Samuel e Rafael. A família congrega na Comunidade Cristã Vida na referida cidade.

 

Prefácio
Filmes escritos e produzidos por não cristãos, não me parecem o meio mais promissor para encontrar verdades profundas ou mesmo rasas. Se somos convencidos de que filmes de Hollywood têm feito muito mal com sua violência, seu leviano compromisso com o casamento e com os valores mais preciosos da família, como esperaríamos encontrar no meio do joio preciosos grãos de trigo? Mas se restam uns vestígios da imagem de Deus no homem caído, se existem alguns traços de bondade na consciência dos filhos de Adão e Eva, talvez a autora, Juliana Schead, tenha algo de bom a nos ensinar.
Ao ler este livro, não pude deixar de me surpreender com os valores que alguns filmes conseguem exaltar. Fui criado pela velha escola, que enfatizava que tudo que emana de Hollywood é contaminado pelo Diabo, mas agora percebo que, para pessoas sábias, que discriminam entre o valioso e o destrutivo, nossa autora tem uma mensagem importante a repartir. Continuo vendo imenso perigo na assistência de filmes que não têm possibilidade de glorificar a Deus, enquanto estou persuadido de que alguns filmes têm maior chance de fazer bem do que mal, especialmente se fecharmos os olhos e ouvidos à profanação e à falta de padrões de pensamento e comportamento bíblicos. "Ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom. Afastem- -se de toda forma do mal" (1 Ts 5.21,22).
Daí a importância deste livro. Como é muito difícil, senão impossível, avaliar um filme pelo título ou pelo trailer, este livro preenche um vácuo profundo. Agora será muito mais fácil escolher DVDs que entretêm e transmitem uma mensagem valiosa. Os filhos que passam o dia sob a influência de professores, livros, revistas e amigos que não têm amor à verdade do Evangelho carecem de influências que possam moldar suas mentes com histórias que demonstram caráteres deveras cristãos.
Acredito que este livro terá boa aceitação. Acredito que não cristãos devem buscar orientação neste livro porque, juntamente com o enredo dos filmes, a autora teve a feliz oportunidade de apresentar o Evangelho numerosas vezes.
A Deus toda a glória!

 

Dr. Russell P. Shedd
Ph.D. em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo, Escócia; Conferencista, escritor, consultor das editoras Vida Nova e Shedd Publicações
  

domingo, 29 de janeiro de 2012

Máquinas produtoras de vida


"...'Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?' (Rm 6.16) Paulo está dizendo que até quem é salvo por Cristo pode, em suas palavras e ações do dia-a-dia, produzir vida ou morte. A realidade terrível é que podemos frequentar a igreja de forma regular, ler a Bíblia diligentemente, trabalhar em um ministério cristão e, mesmo assim, ser o que Schaeffer denomina 'máquinas produtoras de morte' - 'vivendo contrário à nossa vocação, entregando-nos ao Diabo e, assim, produzindo morte neste mundo pobre'.
  
Como saber se estamos produzindo vida ou morte? Se nossa vida exibe a beleza do caráter de Deus. Quando as pessoas vêem o modo como você vive, elas são atraídas para mais perto de Deus ou são afastadas de Deus? Quando observam o modo como você trata os outros, elas acham o evangelho mais acreditável ou menos acreditável? Este é o padrão por que devemos medir nossas ações. Os cristãos são chamados para ser 'máquinas produtoras de vida', demonstrando por nossas ações e caráter que Deus existe. Podemos pregar a um Deus de amor, ter oportunidades para alcançar milhares de pessoas por nossos ministérios e igreja, mas se os não-crentes não observarem o amor visível nesses ministérios, igrejas e organizações cristãs, então arruinamos a credibilidade de nossa mensagem.
  
'O meio é a mensagem' usando a famosa frase de Marshall McLuhan. E para os cristãos, o meio é o modo como tratamos uns aos outros. 'Nisto conhecerão que sois meus discípulos', disse Jesus, 'se vos amardes uns aos outros' (Jo 13.35). A estratégia de Deus para alcançar um mundo perdido, pelo exemplo da igreja, é agir como demonstração visível de sua existência.
  
(Pearcey, Nancy. Verdade Absoluta, libertando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural. 1ª edição, 2006, Editora CPAD, Rio de Janeiro - RJ, página 404)