segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A batalha das formigas


 No ano de 2010 presenciei uma batalha campal perto da praça de Concórdia. Como testemunhas do fato estavam meu sobrinho Gustavo e minha filha Ana Beatriz, que olhavam para tudo aquilo com o natural espanto das crianças. 

 
O local era uma escada. Ela uma luta dura de milhares contra milhares. Mas havia um grupo perdedor: as formigas menores. As maiores estava atacando o ninho e roubando os filhotes. As pequenas corriam desordenadamente, mas não conseguiam escapar. Muitas tentavam socorrer as larvas dos filhos, mas não sabiam para onde ir. Um grande grupo das pequenas isolou-se num canto, atônitas!
  
O grupo das "gigantes" estava bem organizado e podíamos ver a fileira que vinha desde o formigueiro delas até a entrada nos buracos abertos no concreto, que serviam de entradas do lar das pequeninas. Não havia muita esperança de sobrevivência para o futuro das formiguinhas.
  
Alguns detalhes chamavam a atenção. As menores eram em número bem maior. Mas faltava alguém que lhes dissesse. Dezenas fugiam de apenas um inimigo e nem pensavam em retaliar. Passei a explicar para minhas testemunhas que as pequenas perdiam a batalha por estarem desorganizadas e por não saberem para onde ir. Cada uma corria para um lado.
  
Como nós víamos tudo do alto, ficava fácil para perceber que havia uma boa rota de fuga e que dava para fazer barricadas e enfrentar o inimigo. Mas as pequenas estavam morrendo, correndo e perdendo os filhos na ignorância.
  
Desejei poder me comunicar com as pequenas. Dizer-lhe que dava para lutar e vencer. Que bastava um pouco de estratégia para vencer as gigantes, pois elas eram grandes mas lentas e vinham todas em fila, facilitando a defesa. Comentei com minhas testemunhas a ideia, mas não arrisquei passar por louco pela vizinhança.
  
Mesmo que eu soubesse falar o "formiguês" eu era grande demais para ser bem entendido. Eu precisaria estar do tamanho delas para ser ouvido. E isto pareceu uma loucura ainda maior. Eu jamais ia deixar tudo para trás para viver como uma formiga.
  
A batalha estava perdida, pois não havia ninguém com capacidade para comunicar-se com as formigas menores. Fomos embora e sempre lembramos da maior batalha que presenciamos.
  
Mas a história me serviu de lição. Lembrei que somos como formigas pequenas, correndo para lá e para cá, perdidos, fugindo e perdendo os filhos para inimigos bem maiores do que nós. Nesta batalha diária não há esperança de vitória e alguns escolhem um canto e ficam esperando a lutar passar. Outros carregam os filhos tentando salvá-los. Alguns se lançam do precipício do degrau da escada.
  
Mas há alguém que viu nossa situação do alto. Olhando desde os céus Jesus viu que erámos errantes, como ovelhas sem pastor e teve compaixão de nós, ou seja, sentiu as nossas dores, assim como senti as dores das pequenas formigas, quando eram expulsas de casa.
  
Deus já havia tentado falar do alto, mas sua mensagem não foi bem compreendida. Então Jesus veio como uma "formiga" e falando um fluente "formiguês" nos orientou a como defender nosso formigueiro, nossos filhotes e nos organizou para a batalha.
  
Com Jesus do nosso lado as formigas maiores vão bater em retirada e a paz voltará a reinar no formigueiro... O resto você já compreendeu.:)

Um comentário:

  1. parabens ,, gostei muito da batalha das formigas . belo exemplo....

    abraço

    pb donizete

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