domingo, 6 de fevereiro de 2011

A alegria secreta

Ninguém no mundo tinha mais razão para se sentir triste e miserável do que esse homem, e ainda assim ninguém foi mais alegre do que ele.

 
 

Seu primeiro lar era um palácio. Dispunha de muitos servos, o estalar de dedos mudava o curso da história. Seu nome era conhecido e amado. Ele tivera tudo - riqueza, poder e respeito.

 
 

E, agora, ele não tinha nada.

 
 

Estudiosos desse fato ainda hoje refletem sobre ele. Historiadores têm dificuldade de explicá-lo. Como poderia um rei perder tudo de repente?

 
 

Uma hora vivia na realeza; logo a seguir se achava na pobreza.

 
 

Sua cama, na melhor das hipóteses, era um colchonete emprestado; muitas vezes era o chão duro. Nunca possuiu sequer um modesto meio de transporte e dependia de doações para o seu sustento. Muitas vezes tão faminto, que comia grãos crus ou apanha frutos nas árvores. Sabia o que é se molhar na chuva e sentir frio. Sabia o que era não ter um lar.

 
 

O ambiente desse palácio era absolutamente limpo; mas agora estava exposto à sujeira. Nunca conheceu a enfermidade, mas agora estava cercado de enfermos.

 
 

No seu reino era reverenciado; agora era ridicularizado. Seus semelhantes tentavam linchá-lo. Alguns o chamava de lunático. Sua família tentou impedir que saísse de casa.

 
 

Aqueles que não o ridicularizavam tentavam usá-lo. Queriam favores. Queriam truques. Ele era uma espécie de novidade. Eles queriam ser vistos com ele, isto é, até que estar com ele saiu da moda. Então eles queriam matá-lo.

 
 

Ele foi acusado de um crime que nunca cometeu. Falsas testemunhas depuseram contra ele. O júri era fraudulento. Não lhe foi dado um advogado de defesa. Um juiz influenciado pela política decretou sua pena de morte.

 
 

Eles o mataram.

 
 

Ele partiu assim como veio - sem um centavo. Foi sepultado numa tumba emprestada, seus funerais foram financiados por amigos compassivos. Apesar de uma vez ter tido tudo, morreu sem ter nada.

 
 

Ele poderia ter-se sentido miserável e triste. Poderia ter-se sentido amargurado. Tinha tudo para se tornar um vaso cheio de ira. Mas não foi.

 
 

Ele era alegre.

 
 

[...]

 
 

Jesus personificou uma alegria indomável. Uma alegria que recusava a render-se diante dos ventos da adversidade. Uma alegria que ficava firme mesmo diante da dor. Uma alegria cujas raízes penetravam a rocha sólida da eternidade.

 
 

Max Lucado em "O Aplauso do Céu" (pgs. 6-8). Editora United Press.

Nenhum comentário:

Postar um comentário